15/09/08

(a)

Apesar de sofrer de insónias, por vezes de forma violenta e incapacitante, quando estou demasiado cansada adormeço em qualquer lado.
Já adormeci em cafés, no posto de trabalho, em salas de espera, em todos os meios de transporte que já utilizei exceptuando talvez, a bicicleta, à mesa do jantar em casa dos sogros, ao sol sob a relva, ou sob a areia ou em salas de aulas e conferências – se para além de cansada estiver um pouco fora, até uma soleira de granito na baixa da cidade ou o tapete da casa de banho se pode tornar no melhor dos colchões.

Parece assim que só a cama que partilho contigo não me oferece nem conforto nem descanso. Nunca te incomodou que passasse a noite no sofá… mas o que entendia por tolerância, deve ser apenas desinteresse – afinal, enquanto durmo não te posso fazer rir… agora sou-te apenas um analgésico - parece tão pouco quando recordo o tempo em que fui o teu alimento e tu a minha almofada.

Pensar nisto cansa-me.
Hoje devo dormir de novo no sofá, eu sei que não te importas.

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